segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Carta a Tereza.

Tereza,
Não sei quem és e muito menos sabes quem sou. Ouvi dizer que fazes do Leblon teu mundo e da orla carioca tua casa. Seria verdade? Espero que sim, pois, caso contrário, minha carta não teria propósito algum para ser escrita. És a Tereza certa? Tens pele morena e cabelos castanhos? Lúcio me contou sobre uma pinta também. És tu, Tereza? Dick mandou lembranças aos teus olhos incrivelmente verdes. Sentem tanta saudade daqueles verões e invernos, os quais passaram juntos de ti, que até eu sinto tua falta.
Entretanto, tu pertences à praia, não é mesmo? Às ondas, ao sol, ao mar e aos poetas... Brincaste entre as cordas vocais de Jobim,  Blanco, Chico, Caetano, Roberto e, claro, Dick e Lúcio. Não sei se tu deverias sentir vergonha ou satisfação. O que sentes? Que pensas? Só penso na utopia de ti.
Não componho rimas sobre nada, mal sei cantar um sol. No entanto, posso te oferecer a simplicidade de ser ninguém. Gostarias de não existir entre as sombras da fama, Tereza? Numa casinha, num lugar qualquer. Sem problemas ou hora para atrapalhar. Deixa a moça de areia em algum lugar da cidade maravilhosa e vem ser apenas mulher. Permite-me ser tua solução para a dor de uma vida vazia. Um mundo vasto de nós nos espera.
Aguardo, na ansiosa solidão, a ti.
Do teu desconhecido admirador,
Raimundo.

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