quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Mãe Terra.

A chuva era tão forte que mal se diferenciava os pingos d’água. Eram infinitas colunas cristalinas que cortavam a noite à mercê do vento. Uma neblina violenta descia junto às enxurradas chicoteando o que houvesse no caminho.
Medo.
A natureza em colapso com o espaço urbano era aterrorizante. Trovões urgiam para a civilização. Raios rasgavam as estrelas. O clarão impiedoso assustava até os arranha-céus. O asfalto se transformara em um rio negro de entulhos. Tudo padecia à sua força.
A fúria do planeta, como diriam erroneamente os jornais do dia seguinte, enfim destruíra a cidade. Porém a tal fúria não existia, era apenas saudade. A natureza sentia falta
de ser água,
de ser vento,
de ser fauna,
de ser fogo,
de ser terra,
de ser flora.
Saudade de ser a nossa mãe.

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