quinta-feira, 6 de março de 2014

Minas, mais uma vez.

Como não amar as montanhas de Minas Gerais? São o que me dão vontade de viver outro dia simplesmente por ter certeza de que o anterior terminou. Veja bem, nas metrópoles brasileiras o sol nasce e morre ao meio do concreto, mas nunca é noite. Sempre há luz para todos os lados. Um árvore de Natal com os presentes dentro das lojas, restritos para quem pode tê-los. Aqui, ao pé da Serra, o sol não é apenas um holofote qualquer. É uma fênix. Renasce dos sonhos dos mineiros... Todo mundo pode ter a lua e seu esplendor. Aliás, já viu o céu daqui durante a madrugada? É como se todas as pedras preciosas roubadas da natureza há muito tempo quisessem voltar para casa tomando o lugar das estrelas. Ah, se essa terra me pertencesse... Mas sou eu que pertenço à ela como uma simples e assídua visitante. Nada como admirar os horizontes com olhos de primeira viagem, não é mesmo? Aquele formigamento interno de querer saber o que tem adiante da paleta infinita de cores sempre corre pela espinha. E se fosse somente isso... Até a brisa parece ser mais fresca entre os vales. Gosto da pureza do povo das montanhas, também. Tudo aqui me enche de tranquilidade e me lembra paz. É por isso que sempre escrevo sobre essa paisagem ímpar. Peço inspiração para os grandes mestres, Sabino e Drummond, e tento descrever a indescritível visão panorâmica que tenho diariamente. Mesmo assim, nunca parece bastante. Não há adjetivos ou substantivos o suficiente... Nem se eu inventasse um dicionário de neologismos bastaria. A imaginação não alcança essa grandiosidade. Nem mesmo o mar e sua imensa diversidade se equiparam à ela. Sei que mais de mil homens tentaram pôr no papel e falharam da mesma forma ou de outras mil maneiras diferentes. Mas num suspiro de satisfação plena, eu falho mais uma vez esperando um novo dia renascer na linha do horizonte.

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